quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Quadrilhas !

"Camélia ficou viúva,
Joana se apaixonou,
Maria tentou a morte,
Por causa do seu amor..."


Vendo esses versos do Paulinho da viola é quase que espontânea a comparação com um poema muito conhecido do Grande poeta gauche: Quadrilha, a descrição de várias soluções para um único problema: Os amores frustrados...



Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
(Carlos Drummond de Andrade)




Pensando nisso aí vai um poeminha:

Amor frustrado

Amor frustrado é sentimento que sai de um casulo torto
É borboleta preta com a asa esquerda rasgada
E por assim ser, vai espalhando um mal agouro
A todos que cultivam esperanças no jardim das ilusões

Amor frustrado é flor murcha que ainda espeta
É dor insistente num membro amputado
É não ver no futuro
O que se sonhou no passado.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Dalton Trevisan

Revirando uns papeis antigos encontrei um texto que fiz inspirado numa obra do grande Dalton Trevisan.
Quem nunca se comoveu com o desespero e a saudade presentes em "Apelo" ?
Partindo disso fiz, não lembro quando, uma espécie de resposta, que eu intitulei de: Apelo II.
Eis aqui:

Apelo II

Hoje pela manhã não soube onde sentar, havia dezenas de cadeiras espalhadas por toda sala, mas o meu lugar marcado havia sumido. A consciência de que não teria mais que guardar um lugar ao lado meu (caso você se atrasasse) me deixou triste.
Meu coração agora experimenta uma insuportável calma (não mais pulsa rapidamente, contando cada segundo da sua demora), meus pés perderam o rítimo que denunciava o meu nervoso, hoje eu soube onde por as mãos e não gaguejei. O frio do ar condicionado não mais me da calafrios, e a falta do seu ar de inteligência me desencadeou um incurável crise de asma.
A minha ávida sabedoria- apreciada somente por você- transformou-se numa imensa apatia , que insistem em chamar de lerdeza. Dizem também que, agora, eu vivo voando, lógico ! a sua partida me deixou sem chão.
Hoje cometi graves erros de grafia e esbarrei na regência, por isso peço que desconsidere, caso encontre alguns desses erros espalhados pelo corredor. No mais não tenho novidades, apenas com muitas saudades de poder dividir as minhas tardes (que eram tão menos enfadonhas.) com você. Não sei ao certo, mas as palavras técnicas dos professores e os comentários dispensáveis de alguns colegas são infinitamente mais concretos sem a tua poesia.

A quarta...


Tenho que voltar um pouco ao passado para registrar aqui um dia de grande acréscimo ao meu ser. A quarta feira que se passou, quando eu e minha amiga Nai fomos ao museu ver o que parecia ser mais um filme, mas não foi.


Obrigado Nai pela tarde maravilhosa e pela grande apresentação de "la Môme Piaf "