domingo, 12 de julho de 2009

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JULIET
'Tis but thy name that is my enemy;
Thou art thyself, though not a Montague.
What's Montague? it is nor hand, nor foot,
Nor arm, nor face, nor any other part
Belonging to a man. O, be some other name!
What's in a name? That which we call a rose
By any other name would smell as sweet;
So Romeo would, were he not Romeo call'd,
Retain that dear perfection which he owes
Without that title. Romeo, doff thy name,
And for that name which is no part of thee
Take all myself.

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Teu nome é corpo
Corpo sem nome
Corpo de língua, de bailes e beijos
Corpo de minh'alma
que me cospe e me traga
Corpo que me eleva e me rebaixa
Meu édem
Meu limbo
Minha desgraça

Corpo que nas entranhas
de ruas escuras, eu fui me perder
Corpo de amar
Corpo de foder
E sobre ti, corpo
edifiquei a minha alma
Junto a ti vou fremir e apodrecer
Contigo, corpo, somente contigo
Voltei a adolescer.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A resposta que veio de longe

Revivendo uma antiga discussão com uma escritora-amiga.

Fechar aquele livro foi como receber milhões de estocadas, a certeza do erro somada ao exercício de desapego o faziam tremer diante do antigo mundo que tanto custara a se anunciar. A caminhada no sentido contrário e as brigas com o tempo esclareciam ainda mais as dúvidas que deveriam permanecer obscuras.

Era fato: Um pedra de Elsinore o atingira bem na fronte, causando um sangramento que nunca mais estancaria. Passara por todos os séculos e jamais havia encontrado tamanha perfeição ou tamanha sensibilidade. Estava acabado, prestes a se afogar num rio sem Terceiras Margens, mas no momento do ato, avistou o corpo de uma virgem que, mais tarde, seria adorada por um jagunço num conflito secular. Não quis saber de mais nada, as mãos frias cobriram a sua visão. Engoliu as horas e deixou apenas o ranger de um eixo torto que anunciava a infinitude da travessia.