sexta-feira, 10 de julho de 2009

A resposta que veio de longe

Revivendo uma antiga discussão com uma escritora-amiga.

Fechar aquele livro foi como receber milhões de estocadas, a certeza do erro somada ao exercício de desapego o faziam tremer diante do antigo mundo que tanto custara a se anunciar. A caminhada no sentido contrário e as brigas com o tempo esclareciam ainda mais as dúvidas que deveriam permanecer obscuras.

Era fato: Um pedra de Elsinore o atingira bem na fronte, causando um sangramento que nunca mais estancaria. Passara por todos os séculos e jamais havia encontrado tamanha perfeição ou tamanha sensibilidade. Estava acabado, prestes a se afogar num rio sem Terceiras Margens, mas no momento do ato, avistou o corpo de uma virgem que, mais tarde, seria adorada por um jagunço num conflito secular. Não quis saber de mais nada, as mãos frias cobriram a sua visão. Engoliu as horas e deixou apenas o ranger de um eixo torto que anunciava a infinitude da travessia.

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