terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pós-tumo(lo)

...À francesa:
(To miss J.)


E depois que, de todos os poemas, apaguei teu nome.
Tu queres mitificar a brancura da luz da pérola?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Carnavalização.


Então faz assim: eu me conservo mudo enquanto tateias a solidez das minhas carnes flácidas. Minha língua articulará somente beijos vazios e a minha voz se prestará a emitir sussurros tão falsos quanto esse "amor a primeira vista".
A tua incapacidade de absorver as pérolas que eu não te lançarei te fará ater-se somente ao meu corpo, tornando-o tão vil, e tão obsceno e tão gual aos outros milhares que em ti se esfregaram, que, dentro em pouco, não te servirei para mais nada. A volúpia ardente dos versos que certamente não compreenderias, se converterão no amargo bilis que sorves de minha boca. Teu fétido hálito de superficialidade fará escorrer gotas de vômito por entre as frestas abertas nos nossos lábios colados. Depois gargalharei com o despudor daqueles que nunca se importam com os sentimentos alheios (sentimento é uma palavra bela demais para figurar na trivialidade do seu parco vocabulário).
Contudo - olhando-te mais de perto - concluo que a beleza é realmente uma deusa arrebatadora, mas não passível de abstração.
PRONTO! está pago: a tua beleza em troca do meu tempo. E não se fala mais nisso, e não se fala mais, e não nos falaremos mais. Não te quero mais. Estamos saciados, e agora desejo, visceralmente, que partas para sempre. MAS antes, para que te lembres de mim, de recordação, te cuspirei na cara, para emporcalhar esse espaço asséptico e carente de verdade.
Agora podes ir, e eu te odiarei, eternamente, por nem se quer existires em ti. E te odiarei, sobretudo, por mostrar-me em tuas opacas retinas que pedras e plumas são apenas dois corpos sujos que, apesar de se enlaçarem numa rua escura, jamais se encontrarão.