E ainda queres anunciar a boa nova?
Queres realmente trazer luz ao que já se consumiu em trevas?
Posto que a minha – tão celebrada virgindade
converteu-se em amargura
E a minha inaptidão camuflada em santidade
tornou-se risível
Fizeste-me cheia de desgraças.
Oh, Pai. Nunca me abandonaste
Porque nunca me acolheste
Em meu últero puído
cerrou-se um feto estático
No meu ventre
o fruto podre não vingou
e morreu pregado em minhas entranhas
E assim ficará para todo o sempre
Sem glória
Sem perdão
Sem paz
Por vós só rogarei pragas.
3 comentários:
Rááá!
Flagrei sua poesia
pairando na madrugada.
:)
Úteros e pais e fetos sempre me agradarão
Que delícia devorar os seus versos assim de manhã cedinho... Como quem está prestes a devorar o dia que acaba de nascer!
Seus versos refletem sua beleza e sua suavidade
Muito bom passar por aqui... Bjo!
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